Theodor
Ludwig Wiesengrund-Adorno, nascido em Frankfurt, no dia 11 de setembro de 1903, formou-se em
filosofia, sociologia, psicologia, e tornou-se também musicólogo e compositor,
graduando-se na Universidade de Frankfurt. Posteriormente fundou, ao lado de
Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert
Marcuse e Jürgen Habermas, entre outros, a célebre Escola de Frankfurt.
Seu pai, Oscar Alexander
Wiesengrund, era um alemão de procedência judaica, porém convertido à religião
protestante, enquanto sua mãe, a italiana Maria Bárbara Calvelli-Adorno,
dedicava-se à música erudita e professava o catolicismo. Mais tarde o filho
adota o sobrenome materno, passando a ser conhecido como Theodor W. Adorno.
Sua formação musical foi, em
parte, realizada com sua meia-irmã pelo lado de mãe, Agathe, primorosa
pianista. Além de se sobressair nos estudos desenvolvidos no Kaiser-Wilhelm-Gymnasium, freqüentou um curso particular com o
compositor Bernhard Sekles e tornou-se especialista no filósofo Immanuel Kant,
graças às aulas oferecidas por seu camarada Siegfried Kracauer, um ‘expert’ na
Sociologia do Conhecimento.
O empenho intelectual de Adorno o
levou a defender, já em 1924, sua tese sobre a fenomenologia de Edmund Husserl.
Antes mesmo de se formar ele se torna amigo de
Walter Benjamin e de Max Horkheimer, seus futuros companheiros de militância
intelectual e política. Sua trajetória intelectual tem início em 1933, quando
lança sua tese sobre Kierkegaard. Outro contato importante no universo
filosófico é com o principiante Lukács, em 1925. As primeiras publicações deste
filósofo alemão – A Teoria do Romance e História e Consciência de Classe -,
mais tarde rejeitadas por ele, para completa desilusão de Adorno, influenciam
profundamente sua produção acadêmica, sustentando seus ideais e os rumos de sua
mente brilhante. Benjamin também deixa marcas fundamentais no pensamento
adorniano, que se identifica plenamente com os conceitos desenvolvidos pelo
amigo.
Futuro crítico contundente dos
meios de comunicação de massa, ele
percebe, nos seus anos de exílio nos Estados Unidos, serem eles peças
essenciais da engrenagem que alicerça a indústria cultural. Esta criação do
Capitalismo molda a mentalidade dos que a ela aderem inconscientemente,
semeando o conformismo e a resignação na população que se encontra inerte
diante de um sistema implacável que desfigura a essência do ser.
Adorno foi mais um dos adeptos da
Escola de Frankfurt que, durante o processo de nazificação da Alemanha, foi
obrigado a se refugiar na América, por ser de ascendência judaica e também por
sua vocação para o socialismo. Depois de uma passagem pela Suíça, ele atendeu a
um convite de Horkheimer para trabalhar na Universidade de Princeton. Sua
impressão sobre os Estados Unidos não foi das melhores. Sofisticado intelectual
europeu, incomodou-o profundamente o ar de uniformização presente em tudo, a
despeito dos conceitos norte-americanos de individualidade e do cultivo das
diferenças.
Este universo regido pelos
interesses, pelo lucro e pelas conveniências o levou a uma reflexão mais atenta
sobre a massificação da cultura. Inclinado a compreender esse paradoxo
americano, ele estuda a fundo a mídia dos EUA, e descobre sob a aparente
liberdade apregoada pelo ‘American Way of Life’, uma ideologia
padronizada que a tudo perpassa, com a intenção de sujeitar a massa apática,
induzindo-a ao consumismo e à submissão ao sistema.
Com o término da Segunda Guerra,
Adorno professa a volta do Instituto de Pesquisa Social para Frankfurt,
juntamente com seus membros. Após a aposentadoria de Horkheimer, Adorno assume
sua diretoria, na década de 50. Pouco antes de sua morte, em 6 de agosto de
1969, ele assumiu uma posição controvertida diante dos rebeldes do movimento
estudantil que, em 31 de janeiro deste mesmo ano, pretendiam suspender sua aula
para darem seqüência aos protestos que se espalhavam pelas ruas da Europa.
Surpreendentemente ele recorreu á polícia para reprimir as manifestações, o que
causou um mal-estar entre ele e os estudantes, além de o contrapor ao seu
antigo companheiro, Marcuse, que se aliara aos alunos nos movimentos que se
alastravam pelo continente europeu. Adorno parte sentindo-se aviltado pelos
adeptos de uma esquerda para ele considerada ultra-radical.
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